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Pipoca Sagrada | História com Comida

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Pipoca Sagrada | História com Comida


História com comida é um nome comum de um capítulo à parte deste bate papo. Aproveite seu carnaval, pule seu bloquinho, pule como pipoca nesta festa tão sagrada e popular. Ou pule no bloquinho do descanso, veja um filminho, deixe a pipoca estourar bem, sacode a panela. Doce ou salgada? Quem prefere ir ao cinema ou trombar com o pipoqueiro na rua? A pipoca é flor do milho, tão ancestral e tão sagrada. E ela faz parte dos nossos dias de tanto jeitos. Pipoca de carnaval, Pipoca Indígena, Pipoca na pele de Omolu. 

Minha história com Pipoca

Antes de começar, preciso confesar: não gosto de pipoca de cinema. Primeiro porque é cara, e segundo por conta daquele cheiro rançoso de manteiga na sala de cinema me deixa enjoada. E também acho pipoca gourmet um troço muito esquisito. Pipoca com leite ninho?! Por quê? Pra quê?

Agora, depois desse desabafo feito, como vocês gostam de pipoca?

Eu aprendi a amar pipoca há pouco tempo e nessa vida de pesquisadora fui atrás da história dessa flor de milho. Primeiramente a história por trás do milho de pipoca nos conta que ele é uma variedade entre as centenas de sementes de milho que existem, assim como milho verde, a canjica, o milho crioulo, milho branco, azul, roxo e por aí vai. A variedade desta semente é enorme mas sua localização é americana, e por isso, praticamente todas as comunidades indígenas da américa utilizam ou utilizaram o milho na sua alimentação. Um detalhe impornte é a origem do nome Pipoca – Pi’poka (do Tupi Guarani) que significa – pele estourada, já que a umidade da semente quando aquecida se torna vapor e a pele se tornar aquele linda flor branca e saborosa. 

Quando Decidi escrever sobre a pipoca me dei conta que ela está tão presente no nosso dia a dia que imagino que muitas pessoas comam sem nem imaginar qual a história temos com ela. Já pararam para pensar nisso? Eu mesmo só fui criar o hábito de comer pipoca com a minha prima Ane, quando passei duas semanas visitando ela. Era tradição entre ela e minha tia Rô comerem pipoca com chimarrão no final da tarde. E pra Ane não tinha hora pra comer pipoca, é o lanche perfeito. Por conta dessa história que o o hábito acabou me acompanhando (menos o chimarrão), e se faz constante em tardes frias e principalmente a pipoca doce, caramelizada nos dias de tpm. 

Mas onde quero chegar com essa história é o quanto um alimento é sagrado.

Quando pensei em escrever sobre a pipoca, lembrei da Lavagem do Senhor do Bonfim, na Bahia. Essa imagem, meio apagada é registro de memórias de notícias na tv, nesses meses de janeiro e fevereiro. E essa imagem, esses rituais são coisas que sempre me encantaram, a sacralidade da comida nas religiões de matriz africana aqui no Brasil. Comida é alimento que nutre nosso corpo e nossa alma, e nossos orixás. Para o candomblé a pipoca é oferecida ao orixá Omolu/Obaluaiê. E como eu não sou iniciada, acabei pesquisando mais sobre comida sagrada em artigos e vídeos. 

Para celebrar esse carnaval friozinho e nublado (aqui no sul), fiz pipoca doce, minha preferida.

Na newsletter completa do mês de fevereiro você continua a ler essa história! A partir de R$ 7 você tem acesso ao conteúdo exclusivo do Cozinhe sua História, além de brindes e cupons de desconto. E claro, apoiar o meu trabalho. 


Pipoca Doce em casa

Ingredientes

4 colheres de sopa de milho de pipoca
4 colheres de sopa de óleo vegetal
4 colheres de sopa de açúcar 

Modo de preparo

Vou compartilhar o jeito que dá certo aqui em casa que é na panela de pressão (mais alta e de teflon) ou na panela de inox (fundo triplo). 

Na panela de pressão, coloque os ingredientes na panela e acenda o fogo. Mexe constantemente para derreter o açúcar e quando começar a estourar tampe e tempe mexer para não queimar o açúcar. Use de preferência uma colher de pau comprida o suficiente para você não se queimar. Escute bem os estouros e quando silenciar estará pronta!

Na panela de inox, coloque os ingredientes na panela e acenda o fogo. Mexa constantemente para derreter o açúcar, pode fazer isso com fogo alto. Assim que começar a estourar, baixe o fogo e tampe. Deixe estourar normalmente e dê uma sacudida na panela. Preste atenção no barulho e no cheiro do açúcar caramelizando. No silêncio, as pipocas estarão prontas, retire logo da panela e se delicie . 

Se você gosta, adicione uma pitada generosa de sal depois de tirar as pipocas da panela, vai deixar menos doce. 

Não se esqueça de experimentar as outras receitas no site do Cozinhe sua História e compartilhar com os pipoqueiros deste carnaval! 

Axé 


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