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Curadoria Culinária Musical | Faixa Bônus Zudizilla

Curadoria Culinária Musical | Faixa Zudizilla 


Música, poesia e comida boa. É assim que acontece na Curadoria Culinária Musical do Cozinhe sua História. Nesta edição a Faixa Bônus apresenta uma receita de Rapadura inspirada na Faixa “Mão Direita Amor” do ep Jazzkilla da parceria entre Zudizilla e Kiai Grupo


A Faixa Bônus é um gostinho da sessão Pagode, uma Curadoria Culinária Musical que os apoiadores do Cozinhe sua História recebem bimestralmente. Nesse pagode, quero boa música, comidinhas gostosas e uma poesia gostosa nos ouvidos. A ideia desse novo espaço é escolher uma música ou um disco e compartilhar uma receita que combine com esse sabor musical e para quem quer conhecer e saborear o que eu produzo aqui nessa escrevivência culinária eu deixo uma faixa bônus pra vocês.

Zudizilla para o álbum “Zulu: Quarta Parede, Volume 3  – Foto Divulgação

Zudizilla –  Mão direita/Amor 

No mês de agosto de 2023, na newsletter do Cozinhe sua História escolhi o artista gaúcho Zudizilla. Um homem preto do extremo sul gaúcho que tem o melhor álbum de Rap do Brasil em 2022. Apaixonado pela banda de hardcore Dead Fish e que tem um EP chamado Jazzkila. 

Eu conheci o hip hop e o rap com a banda gaúcha DaGuedes, e depois de muito anos descobri o Criolo. No entanto, quando conheci o trabalho do Zudzilla, um homem preto do sul, retinto, com seus 30 e poucos anos, vivendo na luta pela sua arte e sua criatividade, tudo passou a fazer mais sentido.

Bastidores da gravação do ep Jazzkilla. Zudizilla e Kiai Grupo. Foto Divulgação

Para essa Curadoria Culinária Musical organizei um menu a partir dos três discos lançados pelo artista. Escolhi para a Faixa Bônus a música “Mão direita/Amor” que faz parte do projeto Jazzkilla, com o Zudzilla e o Kiai Grupo.


Faixa Bônus com histórias e receitas de avós

Vou reproduzir aqui uma postagem arquivada de uma receita de Cri Cri que virou rapadura, um teste lá de junho de 2021. O instagram está novinho em folha, fica a dica para você leitor passar por lá; É @natiescouto_, só chegar! 

“Aproveitando a Lua Cheia, celebrando São João e toda a riqueza que nossa cultura tem. Na verdade esse cricri que virou rapadura está quase como um pé moleque. Na verdade eu estou  na dúvida. O que vocês acham?

“Tem vários tipos de rapadura com amendoim moído e com melado, rapadura com leite, aquela que parece tablete, com amendoim inteiro igual a minha e por aí vai. Pé de moleque pra mim é aquele bem firme, bem duro, feito tijolinho”

“Na verdade eu compartilho essa receita (que foi um teste que virou outra coisa) lembrando dos meus avós: a Vó Beda que fazia cricri na páscoa para todos os netos. E meus verões na casa da praia comendo rapadura e tomando chimarrão na frente de casa.”

“Outro avô lembrando é o V’Olinto, mais conhecido como vô guri. Ele nos ensinou uma rapadura feita com leite condensado (que eu já adaptei com leite condensado de aveia). Foi assim meu São João, com o coração aquecido como a música “São João, São João, acende a fogueira do meu coração”

Rapadura de Amendoim | Foto Blog Amor Pela Comida
Ingredientes: Usei 3 xícaras de amendoim branco cru, 1 xícara e meia de açúcar cristal, 1 xícara e meia de água.
Modo de preparo: misture tudo em uma panela e em fogo médio deixe cozinhando e mexa aos poucos. Quando levantar fervura o açúcar vai caramelizar, aí é importante baixar o fogo para não queimar. Continuei mexendo até o amendoim ficar dourado e brilhoso e a mistura estiver desgrudando do fundo da panela. Eu derramei colheradas do amendoim numa forma (pode ser na bancada de granito/mármore) untada com um pouco de óleo vegetal. Deixe esfriar e passe a tarde comendo.

“Tome cuidado que queimadura com açúcar é coisa séria! E guarde as rapaduras numa lata ou vidro bem fechado para não umedecer”

“Na última páscoa conversando com a minha tia, eu descobri o verdadeiro segredo para fazer Cri Cri. Precisa de bicarbonato de sódio para ficar crocante, e por isso esse teste aí de cima virou rapadura. 😁

Nesse post eu falei dos meus avós e eu tive a sorte de ter vários avós e tios avós (filha de pais divorciados tem vantagens rs rs rs). E a energia deles combina muito com essa música. Meus avós foram pessoas que batalharam muito na vida, e também sabiam aproveitar, cada um do seu jeito, mesmo na simplicidade de uma rapadura ou cri cri. 

O amendoim é um grão latino americano e também é possível encontrar variedades africanas. Não há exatamente uma certeza de como ele surgiu no Brasil, mas seu nome tem origem na língua tupi, mãn du bí. E também é bom lembrar que ele é uma leguminosa como o feijão, a lentilha, e o grão de bico. 

Apesar dele ser muito mais utilizado agora por ser uma fonte de proteína, ele está presente na nossa cultura alimentar a muito tempo. As rapaduras, em pratos da culinária baiana, nas comidas de santo de matriz africana, nas festas juninas. 

Ele é muito versátil, eu amo preparar o Mwamba de couve, um prato feito com pasta de amendoim e azeite de dendê que tem origem africana e inspira muitos pratos afro brasileiros. Além desse molho já fiz leite vegetal, bolo, bolachas, ganaches, cremes, preparações doces e salgadas, e no Cozinhe sua História tem uma receita de bolo brownie de banana, cacau e amendoim (sem glúten e sem açúcar). 

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Todas as faixas da Curadoria Culinária Musical são exclusivas para as bonitezas apoiadoras. Vocês podem  acessar a página do Cozinhe sua História no apoia.se e conferir todos os conteúdos exclusivos anteriores quando finalizar o seu apoio. 

Se quiser ver mais receitas no blog clique aqui e confira a Faixa Bônus com Luedji Luna. 

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